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Movimento Claridade em Cabo Verde

24 Janeiro, 2014 17:00 2 comentários

O movimento Claridoso surgiu na década de 1930 e marcou o início do modernismo em Cabo Verde. Foi um movimento intelectual que tentava demonstrar a predominância de uma cultura nacional, a caboverdiana, e tem entre os seus maiores representantes Baltasar Lopes, Manuel Lopes, Antonio Aurélio Gonçalves, Teixeira de Souza e Gabriel Mariano.
Para os escritores, o movimento foi o percursor do surgimento de uma literatura caboverdiana autônoma.

Claridade, revista de arte e letras,

Claridade, revista de arte e letras.

Movimento Claridade em Cabo Verde

Do ponto de vista literário, a Claridade veio não só revolucionar de um modo exemplar toda a literatura cabo-verdiana com também marcar o início de uma fase de contemporaneidade estética e linguística, superando o conflito entre o Romantismo de matriz portuguesa — dominante durante o século XIX — e o novo Realismo. Ao nível político e ideológico, a Claridade tinha como objetivo procurar afastar definitivamente os escritores cabo-verdianos do cânone português, procurando reflectir a consciência coletiva cabo-verdiana e chamar a atenção para elementos da cultura cabo-verdiana que há muito tinham sido sufocados pelo colonialismo português, como é o exemplo da língua crioula.

Os fundamentos deste movimento de emancipação cultural e política podem encontrar-se na nova burguesia liberal oitocentista que instituiu a Escola como elemento homogeneizador da diversidade étnica das ilhas, no pressuposto de que o processo de alfabetização e formação intelectual da população era indispensável ao desenvolvimento de uma consciência geral esclarecida. A Escola desencadeou uma fome de leitura que está na base do extraordinário desenvolvimento cultural de Cabo Verde no século XX.

Atentos à realidade do quotidiano do povo das ilhas na década de 1930, estes filhos esclarecidos de Cabo Verde preocuparam-se com a precária situação vivenciada pelo povo, manifestada pelo sofrimento, miséria, fome e morte de milhares de cabo-verdianos ao longo dos anos; uma situação com origem na má administração do arquipélago pelo governo de Portugal, principalmente durante o regime fascista do António de Oliveira Salazar; não sendo, no entanto, alheios à desastrosa situação do povo ilhéu as frequentes estiagens.

Os Claridosos do Movimento Literário

Os Claridosos do Movimento Literário

Os fundadores da Claridade lançaram as mãos ao trabalho. Isto é, “fincaram os pés na terra,” de acordo com o seu célebre conteúdo temático, para a execução do seu plano de trabalho. No entanto, teriam que proceder de uma forma muito discreta, devido ao regime de censura colonial existente sob a vigilância constante e aterrorizada da PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado), temida pelo seu método de tortura; nomeadamente atrás das grades do presídio político do Campo do Tarrafal, na Ilha de Santiago.

Para poderem dar conta da penosa situação de Cabo Verde, começaram por pensar que um jornal periódico seria a arma ideal – mais eficiente – para combater a situação. Porém, na sequência de lhes terem exigido um depósito de 50 mil escudos, uma quantia exorbitante na época, optaram pelo lançamento de uma revista. Claridade – o nome atribuído – resultou como um título bem escolhido, pois constituiu um ‘farol’ que projetou uma luz rejuvenescedora, intensa e duradoura sobre Cabo Verde, no despertar de uma literatura realista e moderna.

Cabo Verde no coração do último ‘claridoso’

24 Janeiro, 2014 04:57 Comentar isto

Manuel Lopes escritor cabo-verdiano, 26/01/2005

O autor de ‘Os Flagelados do Vento Leste’ morreu em Lisboa. Governo de Cabo Verde quer perpetuar-lhe a memória

Manuel Lopes escritor cabo-verdiano

Manuel Lopes escritor cabo-verdiano

Manuel Lopes escritor cabo-verdiano

O último sobrevivente do movimento “Claridade”, que abriu as portas do modernismo à literatura cabo-verdiana, morreu ontem em Lisboa, com 97 anos. Manuel Lopes escreveu obras como Chuva Braba e Os Flagelados do Vento Leste e o seu desaparecimento suscitou manifestações de pesar dos governantes de Cabo Verde, onde o seu nome é considerado uma referência cultural insubstituível.

“Deu a conhecer ao mundo as calamidades, as secas e as mortes” no arquipélago, sobretudo nos anos 40 e 50, disse o primeiro-ministro cabo-verdiano à Lusa, ao tomar conhecimento da morte do escritor. José Maria Neves acrescentou “Temos de, em conjunto, Governo e sociedade, erigir algo que perpetue a sua memória.”

Bastariam três livros, publicados com o intervalo de quatro anos (entre 1956 e 1960) para que o nome de Manuel Lopes ficasse inscrito na história da literatura portuguesa e na proto-história da cabo-verdiana Chuva Braba (romance, 1956, Prémio Fernão Mendes Pinto), O Galo que Cantou na Baía (contos, 1959, de novo Prémio Fernão Mendes Pinto) e Os Flagelados do Vento Leste (romance, 1960, Prémio Meio Milénio do Achamento de Cabo Verde). Mas a seu crédito devem ainda citar-se títulos como Horas Vagas (poesia, 1934), Poemas de Quem Ficou (poesia, 1949), Temas Caboverdeanos (ensaios, 1950), Crioulo e Outros Poemas (poesia, 1964), As Personagens de Ficção e os seus Modelos (ensaio, 1971) e Falucho Ancorado (antologia poética com alguns inéditos, 1997).

Manuel Lopes - Os Flagelados do Vento Leste

Manuel Lopes – Os Flagelados do Vento Leste

Os Flagelados do Vento Leste teve adaptação cinematográfica, dirigida por António Faria, em 1987.

Como justificação da temática de quase toda a sua obra disse um dia numa entrevista “Sempre o mar ou a ilusão do mar à volta.” Mas foi a saída de S. Vicente – por razões profissionais, primeiro para o Faial, depois para Carcavelos – que conseguiu o distanciamento necessário para retratar, com humanidade, mas também com apurado sentido estético, a luta dos seus compatriotas contra a seca, a miséria e a morte, em S. Vicente como, sobretudo, em Santo Antão.

“Eu não podia repetir o gesto de Pilatos”, justificou. “No centro da ilha (Santo Antão) surpreendi o autêntico homem rural de Cabo Verde, com a tragédia que a história dessas ilhas reza e todo o amor do homem à terra.”

Manuel Lopes escritor cabo-verdiano

Manuel Lopes nasceu a 23 de Dezembro de 1907, no Mindelo, ilha de São Vicente. Fez estudos liceais em Coimbra, regressando a S. Vicente para trabalhar numa empresa britânica de telecomunicações. Em 1936, fundou com Baltazar Lopes (autor de Chiquinho) a revista Claridade, de que sairiam nove números até 1960. Viveu no Faial onze anos, sendo transferido para Carcavelos em 1955. Desde então radicou-se em Portugal, regressando por duas vezes ao seu arquipélago.

O corpo de Manuel Lopes está em câmara-ardente na igreja dos Anjos. O cortejo fúnebre sairá amanhã, às 14.30, para o cemitério do Alto de São João, onde será cremado.

Albano Matos in Diário de Notícias

Manuel Lopes Escritor Cabo Verde

24 Janeiro, 2014 04:07 1

Manuel Lopes

Manuel Lopes Escritor Cabo Verde

Manuel Lopes Escritor Cabo Verde. nasceu em São Vicente, em 1907. A obra de Manuel Lopes estende-se pelo romance, conto e ensaio.

Manuel Lopes Escritor Cabo Verde – Introdução

Chuva Braba, foi o seu primeiro romance, datado de 1956, que recebeu o Prémio Fernão Mendes Pinto, tendo igualmente recebido, em 1959, o Prémio Meio Milénio do Achamento das Ilhas de Cabo Verde com o romance Os Flagelos do Vento Leste, posteriormente adaptado ao cinema e no mesmo ano novamente o Prémio Fernão Mendes Pinto com a obra O Galo Que Cantou na Baía (e outros contos cabo-verdianos).

Manuel Lopes é um dos escritores mais conhecidos de Cabo Verde, utiliza nas suas obras expressões em crioulo, embora escreva os seus textos em português. A sua obra estende-se pela poesia, ensaio, romance e conto, dedicando-se também à pintura.

Colaborou com produções suas em diversas publicações, nomeadamente Claridade, Atlântico, Notícias de Cabo Verde, Renascimento, entre outras. Foi co-fundador da revista Claridade, em 1936. Encontra-se também representado em diversas antologias. Manuel Lopes Escritor Cabo Verde

Do Classicismo ao Realismo na Claridade

A revista Claridade surge no Mindelo em 1936, no centro de um movimento de emancipação cultural, social e política da sociedade cabo-verdiana, que atinge, por estes anos, a idade adulta. Do ponto de vista literário, a Claridade constitui-se como baliza da contemporaneidade estética e linguística, superando o conflito entre o “antigo” e o “moderno”, isto é, entre o Classicismo/Romantismo de referente português, dominante durante o século XIX, e o novo Realismo; “sensível às realidades do quotidiano do povo,(…) no sentido de uma cada vez maior abrangência e representatividade da consciência geral da nação”. Alberto Carvalho Continua

Manuel Lopes Obra Literária

23 Janeiro, 2014 05:10

Manuel Lopes Obra Literária: poeta, contista, romancista e ensaísta.

Manuel Lopes Obra Literária

Manuel Lopes Obra Literária

Manuel Lopes Obra Literária

  • Ficção
  • Chuva Braba, 1956
  • Publicada em Cuba (1989), tradução de Rodolfo Alpízar Castillo
  • O Galo Que Cantou na Baía (e outros contos cabo–verdianos), 1959
  • Os Flagelados do Vento Leste, 1959
  • Poesia
  • Poema de Quem Ficou, 1949
  • Crioulo e Outros Poemas, 1964
  • Prosa
  • Monografia Descritiva Regional, 1932
  • Paúl, 1932
  • Os Meios Pequenos e a Cultura, 1951
  • Os Meios Pequenos e a Cultura, 1951
  • Reflexões Sobre a Literatura Cabo-Verdiana, 1959
  • As Personagens de Ficção e Seus Rodelos, 1973

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