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Manuel Lopes – O último “Claridoso”

24 Janeiro, 2014 04:53 Comentar isto

Manuel Lopes claridade

25-01-2005 Último sobrevivente de Claridade, o escritor cabo-verdiano Manuel Lopes morreu hoje em Lisboa, onde vivia há mais de 40 anos. Último sobrevivente dos fundadores da revista Claridade, o autor de “Flagelados de vento leste” e “Poemas de quem ficou”, entre outros vários títulos, contava 97 anos de idade.

Manuel Lopes claridade

Manuel Lopes – pintura de David Levy Lima

Manuel Lopes claridade

Ficcionista, poeta e ensaísta, nos últimos anos pintor também, Manuel Lopes morreu hoje em Portugal, onde vivia desde 1959. Fundador com Baltasar Lopes da Silva e Jorge Barbosa da revista Claridade, Manuel Lopes integra por isso a galeria dos fundadores da moderna literatura cabo-verdiana. Os seus romances “Chuva Braba” e “Flagelados do Vento Leste” são ainda hoje exemplos da definição dos contornos dessa ficção nascida nos anos 40 com a publicação de “Chiquinho”, do seu colega Baltasar Lopes da Silva.

Manuel Lopes publicou também, entre outros títulos, “Poemas de quem ficou” (1949) e mais recentemente “Falucho ancorado” (1997) que reúne alguma da sua poesia dispersa. Nalguns dos seus poemas estão patentes a típica inquietação claridosa: “Nunca parti deste cais/ e tenho o mundo na mão! / Para mim nunca é de mais / responder sim / cinquenta vezes a cada não”, escreveu no poema “Cais” inserto no livro “Crioulo e outros poemas”, de 1964.

A propósito da morte de Manuel Lopes, figura com quem não se entendia politicamente, o embaixador cabo-verdiano em Lisboa, Onésimo Silveira, afirma: “Podemos discordar dele politicamente, mas não há dúvida que era um prosador de fino recorte literário. Cabo Verde deve-lhe muito”.

Manuel Lopes claridade - Galo Cantou na Baía

Manuel Lopes – Galo Cantou na Baía

Ainda que a sua obra narrativa mais significativa seja de temática santo-antonense, Manuel Lopes era na verdade natural de São Vicente, tendo nascido em 1907 nessa ilha. Jovem ainda conheceu o caminho da emigração. A família fixa-se em 1919 em Coimbra (Portugal) e em 1923 ele regressa a Cabo Verde como funcionário de uma companhia inglesa. Em 1944 – portanto já depois da fundação de Claridade – , é transferido para os Açores, onde vive até fixar-se novamente em Portugal em 1959, mais concretamente em Lisboa, onde passa a viver até a sua morte.

Ao longo da vida Manuel Lopes foi contemplado com vários prémios literários tanto em Portugal como em Cabo Verde. O seu romance “Flagelados do vento leste” foi Prémio Meio Milénio do Achamento de Cabo Verde, em 1968. Antes, por duas vezes, ganhou o Prémio Fernão Mendes Pinto – “Chuva Braba (1956) e “Galo cantou na baía” (1959). Em Cabo Verde, em 1986, portanto depois da independência e por ocasião do cinquentenário da Claridade, foi-lhe atribuído o Prémio Claridade, ex-aequo com Baltasar Lopes da Silva.

José Vicente Lopes in A Semana

Manuel Lopes claridade

Manuel Lopes, Poeta, contista, romancista e ensaísta

24 Janeiro, 2014 04:45 2 comentários

Manuel Lopes (Manuel António dos Santos Lopes), nasceu a 23 de Dezembro de 1907 na ilha de S. Vicente. Estudou no colégio de S. Pedro e na Escola Comercial em Coimbra. Regressou a Cabo Verde e empregou-se como telegrafista, primeiro na Italcable e, com o fecho desta companhia devido à II Guerra Mundial, passou a tesoureiro da Câmara Municipal de S. Vicente, depois empregou-se de novo como telegrafista na Western Telegraph, primeiro na ilha de S. Vicente, depois (1944) na cidade da Horta, ilha do Faial nos Açores, e por último em 1956, foi transferido para os escritórios de Carcavelos, Cascais, Portugal, onde se reformou e passou a viver. Possuí condecorações portuguesas e cabo-verdianas.

Manuel Lopes

Manuel Lopes – escritor

Manuel Lopes, percurso

Poeta, contista, romancista e ensaísta, tem participado ao longo dos anos em várias conferências e congressos na Europa, na África e no continente americano (como os “Colóquios Cabo-Verdianos”, Lisboa, 1959, o “VI Congresso Internacional de Estudos Luso-Brasileiros”, Boston e Nova Iorque, EUA, 1966, o “Claridade“, Mindelo, ilha de S. Vicente, 1986 ou o “I Congresso dos Quadros Cabo-Verdianos da Diáspora”, Lisboa, 1994). Foi por duas vezes laureado com o Prémio Fernão Mendes Pinto para a ficção e ainda com o do Meio Milénio do Achamento das Ilhas de Cabo Verde também para a ficção. Foi – juntamente com Jorge Barbosa e Baltasar Lopes – fundador e colaborador da revista Claridade da qual foi o primeiro director. Para além da poesia escreveu também contos e artigos de crítica social e política. Colaborou em vários jornais de Cabo Verde, dos Açores e também de Portugal continental. Cabo-Verdianos: Notícias de Cabo Verde, O Eco de Cabo Verde, Resurgimento, Cabo Verde – Boletim de Propaganda e Informação, O Arquipélago; nos portugueses Novo Almanaque de Lembranças Luso-Brasileiro onde se estreou escrevendo sonetos, Atlântico, O Mundo Português, Boletim do Núcleo Cultural da Horta, Actividades, Estudos Ultramarinos, etc. Figura em várias antologias literárias como Poesia de Cabo Verde, Lisboa, 1944; Antologia da Ficção Cabo-Verdiana Contemporânea, Praia, ilha de Santiago, 1960; Modernos Poetas Caboverdianos – Antologia, Praia ilha de Santiago, 1961; Poetas e Contistas Africanos, São Paulo, Brasil, 1963; Antologia da Terra Portuguesa – Cabo Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Macau e Timor, Lisboa, s/d, (1963?).; Literatura Africana de Expressão Portuguesa, (vol.1, poesia) Argel, Argélia, 1967; Literatura Africana de Expressão Portuguesa, (vol.2, poesia) Argel, Argélia, 1968; La Poésie Africaine de Expression Portugaise, Paris, 1969; Contos Portugueses do Ultramar, Porto, 1969; Literatura Ultrumarina, Lisboa, 1972; No Reino de Caliban – Antologia Panorâmica da Poesia Africana de Expressão Portuguesa, Lisboa, 1975; Resistênca Africana – Antologia Poética, Lisboa, 1975; Antologia Temática da Poesia Africana 1 – Na Noite Grávida de Punhais, Lisboa, 1976; Contravento – Antologia Bilingue de Poesia Caboverdiana, Taunton, Massachusetts, EUA, 1982; Sonha Mamana África, São Paulo, Brasil, 1988; Cinquenta Poetas Africanos, Lisboa, 1989; No Ritmo dos Tantãs, Brasília, Brasil, 1991; etc.

Manuel Lopes - escritor e capas de livros

Manuel Lopes – escritor e capas de livros

Manuel Lopes, publicou: Paúl – Descrição de um Vale, Mindelo, ilha de S. Vicente, 1932, impressa na Sociedade de Tipografia e Publicidade, Lda. 29 p. (crónica de viagem); Evocação Faialense (folheto), Horta, Açores, 1948; Poemas de Quem Ficou, Angra do Heroísmo, Açores, 1949, 82 p.; Temas Cabo-verdianos, Lisboa, 1950 (e); Os Meios Pequenos e a Cultura, Horta, Açores, 1951, 56 p. (e); Chuva Braba, Lisboa, 1956, Instituto de Cultura e Fomento de Cabo Verde, 310 p. (r); O Galo que Cantou na Baía, Lisboa, 1959, edição Orion, 224 p. (c); Os Flagelados do Vento Leste, Lisboa, 1959, edição Ulisséia, 268 p. (r); Crioulo e Outros Poemas, Lisboa, 1964, edição do autor, 93 p. (p).

Os seus romances encontram-se traduzidos para o russo e francês e de Os Flagelados do Vento Leste foi realizado um filme com o mesmo título pelo realizador português António Faria. A sua vida e obra têm sido objectos de estudos e ensaios de que realçamos: Manuel Lopes. Um Itinerário Iniciático, Praia, ilha de Santiago, 1995, Instituto Cabo-verdiano do Livro, por Marie-Christine Hanras; Simbologia Telúrico-Marítima na Obra de Manuel Lopes, Évora, Portugal, 1996, Pendor Editorial, por José-Augusto França.

João Nobre de Oliveira
“A Imprensa Cabo-verdiana 1820-1975” edicão Fundação Macau, Setembro de 1998

Manuel Lopes Escritor Cabo Verde

24 Janeiro, 2014 04:07 1

Manuel Lopes

Manuel Lopes Escritor Cabo Verde

Manuel Lopes Escritor Cabo Verde. nasceu em São Vicente, em 1907. A obra de Manuel Lopes estende-se pelo romance, conto e ensaio.

Manuel Lopes Escritor Cabo Verde – Introdução

Chuva Braba, foi o seu primeiro romance, datado de 1956, que recebeu o Prémio Fernão Mendes Pinto, tendo igualmente recebido, em 1959, o Prémio Meio Milénio do Achamento das Ilhas de Cabo Verde com o romance Os Flagelos do Vento Leste, posteriormente adaptado ao cinema e no mesmo ano novamente o Prémio Fernão Mendes Pinto com a obra O Galo Que Cantou na Baía (e outros contos cabo-verdianos).

Manuel Lopes é um dos escritores mais conhecidos de Cabo Verde, utiliza nas suas obras expressões em crioulo, embora escreva os seus textos em português. A sua obra estende-se pela poesia, ensaio, romance e conto, dedicando-se também à pintura.

Colaborou com produções suas em diversas publicações, nomeadamente Claridade, Atlântico, Notícias de Cabo Verde, Renascimento, entre outras. Foi co-fundador da revista Claridade, em 1936. Encontra-se também representado em diversas antologias. Manuel Lopes Escritor Cabo Verde

Do Classicismo ao Realismo na Claridade

A revista Claridade surge no Mindelo em 1936, no centro de um movimento de emancipação cultural, social e política da sociedade cabo-verdiana, que atinge, por estes anos, a idade adulta. Do ponto de vista literário, a Claridade constitui-se como baliza da contemporaneidade estética e linguística, superando o conflito entre o “antigo” e o “moderno”, isto é, entre o Classicismo/Romantismo de referente português, dominante durante o século XIX, e o novo Realismo; “sensível às realidades do quotidiano do povo,(…) no sentido de uma cada vez maior abrangência e representatividade da consciência geral da nação”. Alberto Carvalho Continua

Manuel Lopes Obra Literária

23 Janeiro, 2014 05:10

Manuel Lopes Obra Literária: poeta, contista, romancista e ensaísta.

Manuel Lopes Obra Literária

Manuel Lopes Obra Literária

Manuel Lopes Obra Literária

  • Ficção
  • Chuva Braba, 1956
  • Publicada em Cuba (1989), tradução de Rodolfo Alpízar Castillo
  • O Galo Que Cantou na Baía (e outros contos cabo–verdianos), 1959
  • Os Flagelados do Vento Leste, 1959
  • Poesia
  • Poema de Quem Ficou, 1949
  • Crioulo e Outros Poemas, 1964
  • Prosa
  • Monografia Descritiva Regional, 1932
  • Paúl, 1932
  • Os Meios Pequenos e a Cultura, 1951
  • Os Meios Pequenos e a Cultura, 1951
  • Reflexões Sobre a Literatura Cabo-Verdiana, 1959
  • As Personagens de Ficção e Seus Rodelos, 1973
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